Médica psiquiatra caxiense participa de um dos maiores encontros do mundo relacionados à neurociência
A médica psiquiatra Verônica Jordani participou nesta semana, de 21 a 24 de setembro, do 37º Congresso do Colégio Europeu de Neuropsicofarmacologia (em inglês, Congress of European College of Neuropsycofarmacology (ECNP)), em Milão, na Itália. Um dos maiores encontros de neurociência do mundo e o maior da Europa, o evento reuniu cerca de 6 mil profissionais. Foram apresentadas as mais recentes pesquisas e avanços em tratamentos para transtornos mentais, com foco na recuperação completa do paciente e no retorno à vida normal, especialmente após episódios depressivos.
Presente pela terceira vez no Congresso Europeu, a especialista caxiense e fundadora do complexo de saúde Jordani Mental Care destaca a abordagem da melhora cognitiva como parte fundamental do processo de recuperação em pacientes com depressão.
"A discussão trouxe à tona novas possibilidades farmacológicas que minimizam o incômodo do embotamento afetivo, um efeito colateral que pode ser descrito como uma espécie de ‘anestesia emocional’, provocada por certas medicações. Essas alternativas visam oferecer tratamento eficaz sem comprometer a vivacidade emocional do paciente”, observa a psiquiatra.
Dra. Verônica ressalta que a participação no evento permitirá a aplicabilidade na clínica por meio de protocolos de uma investigação cognitiva, concomitante à primeira avaliação do paciente, juntamente com as neuropsicólogas da Jordani Mental Care.
“Iremos monitorar a recuperação cognitiva e também realizar intervenções de neurorreabilitação durante o tratamento, para que o paciente possa ter uma reabilitação completa, que é o grande foco de atenção desse congresso”, afirma.
Depressão versus demência
Outro tema relevante e enfatizado pela profissional foi a relação entre a depressão ao longo da vida e o desenvolvimento de demência na terceira idade. Durante o 37º Congresso do Colégio Europeu de Neuropsicofarmacologia foi salientada a importância do tratamento precoce e adequado da depressão, com o objetivo da remissão completa e o monitoramento contínuo para corrigir fatores de risco modificáveis.
“Estudos apresentados no evento reforçaram a necessidade de estimular a prática de atividade física e o uso de determinados medicamentos que podem ter efeitos benéficos na prevenção da demência. Um dado alarmante e discutido foi que de 30% a 50% dos pacientes com depressão ao longo da vida acabam desenvolvendo demência na terceira idade, apontando a necessidade de intervenções preventivas”, destaca Dra. Verônica Jordani.
Quanto à esquizofrenia, o destaque esteve em torno da recuperação cognitiva, ao oferecer uma vida com o menor comprometimento possível e maior independência, com novos medicamentos e abordagens terapêuticas que serão disponibilizadas, em breve, para a melhor qualidade de vida de quem enfrenta esse diagnóstico.
Realidade virtual como recurso terapêutico
A inovação como aliada da saúde também ganhou ênfase no evento italiano com a realidade virtual como recurso terapêutico em quadros fóbicos e ansiosos. O uso de simuladores, como cabines de avião e elevadores, e a gamificação de ambientes para exposição virtual a alimentos e substâncias têm se mostrado ferramentas eficazes em psicoterapia, oferecendo novas oportunidades para tratamentos imersivos e controlados.
FOTOS
Legenda 1: Dra. Verônica Jordani participa pela terceira vez do Congresso do Colégio Europeu de Neuropsicofarmacologia
Crédito fotos: Acervo pessoal/Verônica Jordani