Sem datas comemorativas, abril registrou queda nas vendas do comércio de Caxias do Sul

O volume de vendas do comércio caxiense registrou queda de 0,91% em abril, na comparação com março, apresentando o terceiro mês do ano de taxa negativa, com exceção de março, que indicou elevação de 2,40%. Em relação ao mesmo período do ano passado houve crescimento de 6,54% e no acumulado deste ano o varejo registrou variação de 1,03%. Nos últimos 12 meses, o setor acumula queda de 2,12%.

As informações do desempenho do comércio são do Termômetro de Vendas da CDL Caxias, e foram divulgadas em coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (13), na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC).

No ramo mole, a alteração entre abril e março de 2024 foi positiva, com 1,89%, liderado pelos segmentos do vestuário, calçados e tecidos (4,12%) e de farmácias (2,87%). Já o ramo duro apontou queda na oscilação entre abril e março de 2024 (- 1,85%). A retração foi liderada pelo setor de material de construção (-6,12%), material elétrico (-5,05%), óticas, joalherias e relojoarias (-4,42%); e automóveis, caminhões e autopeças novos (-4,13%).

Abril também foi marcado por queda no número de inadimplentes, de 2,57%, na comparação com março, e de 4,45% em relação ao mesmo período do ano anterior. O crédito teve variação positiva de 10,37% no volume de consultas ao SPC na comparação com março e de 29,5% entre abril de 2024 e o mesmo período de 2023.

As inclusões de débitos no sistema do SPC tiveram redução de 4,60% no comparativo entre abril e março de 2024. Igualmente, as exclusões de débito apresentaram declínio em relação ao mês anterior, de 9,12%.

O estoque de valor das dívidas voltou a registrar movimento de alta, de 1,49%, na comparação com março. A variação do ano foi positiva de 1,26%, assim como em 12 meses, de 6,49%.

A manutenção do emprego formal apontou acréscimo de 4,1% na comparação com abril de 2023, quando eram 162.680, e abril de 2024, com 169.291.

Para o assessor de Economia e Estatística da CDL Caxias do Sul, Mosar Leandro Ness, o encolhimento nas vendas em abril se deu mesmo com a manutenção da queda na taxa básica de juros e a desaceleração da inflação, em que o IGP-DI para abril registrou no acumulado de 12 meses redução de 2,31%.

“Neste ano, a Páscoa foi mais cedo, ainda em março, o que contribuiu para que o resultado em abril ficasse abaixo do mês anterior. O que nos preocupa é a tendência de bastante dificuldades nos próximos meses, devido à tragédia climática que afetou o Estado e a nossa cidade, e que deverá reduzir as vendas nos períodos que se avizinham”, concluiu Ness.

FOTO
Legenda: Tendência para os próximos meses aponta para cenário de dificuldades no varejo em função da crise climática no RS
Crédito: Alencar Turella/CDL Caxias