Unimed faz alerta para diagnóstico precoce e promoção da qualidade de vida em pessoas com esclerose múltipla
Presente na vida de 2,8 milhões de pessoas em todo o mundo, a esclerose múltipla é uma doença que afeta mais de 40 mil pessoas no Brasil. Para chamar atenção da necessidade de conscientização, a Unimed Nordeste-RS se une à campanha nacional sobre a enfermidade, lembrada nesta sexta-feira (30), com o objetivo de educar a população, apoiar os pacientes e promover a qualidade de vida.
A médica neurologista cooperada da Unimed Nordeste-RS, Dra. Paula Caprara Gasperin, explica que a esclerose múltipla é uma doença autoimune e inflamatória do sistema nervoso central, podendo se desenvolver ainda na infância.
“A doença pode ser desencadeada por fatores ambientais, tais como infecção pelo vírus Epstein Barr, baixa exposição ao sol e deficiência de vitamina D, tabagismo e obesidade. O fator genético corresponde a 25% de risco em irmãos gêmeos e em parentes de primeiro grau”, salienta.
A médica esclarece que o diagnóstico é realizado por meio de critérios que consideram aspectos clínicos, de imagem e laboratoriais. Porém, segundo ela, é necessário ficar atento aos sintomas para que se obtenha um diagnóstico precoce.
“Os indícios mais comuns são fadiga intensa, alterações de fala ou deglutição, de marcha e equilíbrio, baixa visão com ou sem visão dupla, fraqueza ou dormência dos membros e controle urinário com incontinência ou retenção. A esclerose múltipla é uma doença que, se diagnosticada tardiamente, pode deixar sequelas que comprometerão a qualidade de vida do indivíduo”, alerta.
De acordo com Dra. Paula, a esclerose múltipla remitente recorrente é a mais comum, correspondendo a 85% dos casos e se manifestando na forma de surtos e de remissão. A segunda em número de incidência é a esclerose múltipla secundariamente progressiva, que aparece em até 50% dos pacientes que possuem o primeiro tipo, após 10 anos da doença, podendo variar de acordo com a gravidade do caso.
O tratamento é realizado por meio do uso de medicamentos modificadores da doença. A escolha da abordagem depende de aspectos como a gravidade e tolerabilidade do indivíduo. A especialista destaca que, além de seguir o tratamento, é fundamental manter hábitos saudáveis.
“É importante seguir o acompanhamento multidisciplinar, com fisioterapia, fonoterapia e psicoterapia. Isso é decisivo principalmente para a manutenção das mudanças do estilo de vida, priorizando a prática de atividade física, alimentação saudável, sono de qualidade, parar de fumar e controle dos sintomas psiquiátricos”, ressaltou.
Convívio com a doença
As pessoas com esclerose múltipla lutam todos os dias por uma vida com qualidade e bem-estar. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para retardar a progressão da doença e aliviar os sintomas. Neste momento, o apoio de familiares, amigos e profissionais de saúde é fundamental.
A relações públicas Janaína Ferreira, 43 anos, foi diagnosticada em 2019, mas os sintomas começaram a aparecer ainda em 2014, com um formigamento em seu pé direito.
“Esse formigamento foi se transformando em sensação de endurecimento. Eu estava convicta de que essa sensação ia passar, assim como aconteceu em 2014, mas não passava, só piorava. As pessoas começaram a dizer que eu estava caminhando estranho, então resolvi procurar um médico. O diagnóstico, por incrível que pareça, foi um alívio, pois eu fiquei quase um mês com a incerteza do que eu tinha”, relata.
Desde então, Janaína convive com a doença e é resiliente para manter uma vida plena. Ela conta que é preciso ser otimista e aprender a valorizar os pequenos detalhes.
“Não é um diagnóstico que vai condenar alguém. Eu não tive escolha, a esclerose me escolheu, mas eu pude escolher como ia conviver com a doença e decidi aceitar. Fazendo o tratamento de forma correta e seguindo as orientações do meu médico para ter a melhor qualidade de vida possível”, finaliza.
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Legenda: Janaína Ferreira, 43 anos, mesmo após o diagnóstico, segue uma vida plena e com qualidade
Crédito: Tom 8D/Divulgação